\\ CRÔNICAS
A papagaia gritava: Pomba rola!, e o português era peitado por Potira, a despirocada de penas!
Por Perceu Pascoal, Especial para Frentes Versos
Apapagaia piava sem parar no poleiro. Sem papas na língua, piava e piava, penando, piscando, entre penas e papos, ouvidos dali da cozinha. Supapos? Na penumbra, posava pensando estar pelada, enquanto palavreava putarias em pingos e poemas de pepecas. Pirofágica! Pegava-se pitando pedras pomes, enquanto sua protetora, Petúnia Pitomba, penteava o cabelo na penteadeira preta. Pitoresca que só ela, a papada caia penando na altura das panças, porcaria!
Popuzuda e precavida. Perplexa ouvinte da papagaia. Papeadora. Parlapatona que era. Pigarreava preocupada com o patriarca, Pedro Pimenta, policial pervertido que pintava o pentagésimo nas penitenciárias que pairava. Pedro era pequeno, pançudo, perigoso. Alguns o achavam pintoso, por isso ele piscava (pentelho que só era) para todas as Penélopes que passavam feito parcas nas praças públicas.
E a papagaia pegava os paranauês de Pedro Pimenta! Pindorama! Pitacava ela em seu pedaço de céu, o poleiro. Pilantra! Pirralho! Patife! Pindorama! Pindorama! Petúnia ficava com o pé frio da papagaia com seu Pedro.
Certo dia Pedro adoentou-se e posou na casa da periferia. Perto da papagaia pedia várias pílulas pancreáticas para a passadeira, putassa com o pervertido que dava pala para o seu popô. Pensava Pedro: peladinha podias ficar, pitelzinho! Só pensava. Seu piru não pungia nada além das paudurescentes punhetas passadas. Pâmela, a passadeira, preferiria os porcos a Pedro, o pulha de Portugal.
Pois pois, dizia o homem à papagaia, que piscava torto para sua pose na poltrona. “Peralta és, papagaia! ”. Dizia aquele bicho papão. Palerma! Retrucava a penosa. Puta que pariu. Parlava o português. Pichorra de papagaia. “Pegar-te-ei, papar-te-ei, papagaia! ”. Plano possível: passeio de Petúnia, papagaia pequenina no poleiro, pegar-te-ei papagaia! Panelas, pinceladas de plantas (afrodisíacas) da chapada. Prato principal. Perfeito!
Petúnia passeou com Pâmela. Enfim ficaram a sós: Pedro e o pássaro. Preparado tudo estava, pam-pam-pam-pam: periquita em percalços! Alpiste preparado. Para! Para! Gritava a papagaia, precavida. Há uns passos da porta Petúnia podia escutar. Para! Para! Pindoramaaaa! Era Potira, a papagaia de Porangaba pedindo pelo amor de deus.
Pomba rola! Perua! Pastiche! Pâtisserie! Pulha da Papuda! Papá! Pirotecnia! Pampas! Pederastas! Pompéia! Pindamonhangaba! Paralelepípedo! Pornochanchada! Para! Para! Pindorama! Pindorama! O português era peitado por Potira, a despirocada de penas!
Potira! Potira! Pare já… na panela ela já estava possuída! Pedro, seu paspalho! Pare! Deu um pulo. “Petúnia, preciosa, preciso papar esta papagaia! ”. Pegou a sua (bolsa) Prada (falsa) e piroteou-lhe um pá-pá-pá!
Passou tudo. Petúnia pôs Pedro para fora dos portões. Pega teu rumo, palhaço! A papagaia gargalhava. Pataquada! Por fim deu-se uma patuscada no porão da casa com todos os primos. Pessoas e mais pessoas passavam por Petúnia e Potira. Parabenizavam-na. Pois bem, pirlimpimpim, parece que o puto do Pedro, peidorreiro, pôs-se a putear n’outra paisagem pelo menos por enquanto.
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