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EU SEI, ADEUS de Lau e Eu e Rafael Castro

Foto do escritor: Lia PetrelliLia Petrelli

\\ ANTENA

Em meu sentir, o violão que marca o tempo é da mesma cor do figurino dos musicistas, nos tons que variam de azul a roxo, e é quem faz a coisa inteira participar no bailar imagético

Por Lia Petrelli


À direita, o músico Rafael Castro; à esquerda o multiarista Lau e Eu.


Recebi ontem o lançamento e o clipe da nova parceria de Lau e Eu e Rafael Castro, a canção "Eu Sei, Adeus", que vai ao ar na sexta-feira, mas que segue com a campanha pré-PIX, em que fãs e entusiastas da música podem contribuir com a produção independente dos artistas.

Lá no finzinho do texto tem o release com todas as informações necessárias, mas para preparar o leitor, vou escrever sobre minhas impressões ao ouvir, sentir e ver a música.


Logo no começo os compassos nos embalam, soam como algo familiar - não sei quais as referências da composição, mas me levou a um lugar de profunda conexão da lembrança de Lua e Estrela, de Caetano Veloso.


A imagem que aparece na tela já mostra toda a paleta de cores que seguirá contando a narrativa visual durante o clipe. Descendo as escadas, os musicistas se mesclam na paisagem, característica delicada da escolha artística.


Ao fundo, na parte superior da escada, uma tela mostra o farol de Aracajú, cidade natal de Lau, o que imagino tecer com a poética de transição de Rafael Castro cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor, de Lençois Paulistas, e que tem uma longa caminhada no universo musical.

Aqui, preciso elogiar a direção artística que conta com uma sensibilidade imagética impossível passar despercebida, durante o clipe inteiro.


O contraste entre a letra da música e as imagens são extremamente marcantes, e me emocionou ao longo dos dois minutos e meio de música, que me lembrou também um trecho de Ritual, de Cazuza, quando canta “pra quê buscar o paraíso se até o poeta fecha o livro, sente o perfume duma flor do lixo e fuxica”.


Como acompanhante do trabalho de Lau e Eu, me declaro fã das sutis críticas que o artista consegue englobar em sua tecitura, pois já na primeira ouvida, de olhos fechados para não ser inundada pelas imagens – que se intuía serem fortes –, o inconsciente associa questões sobre relacionamentos desgastados de nosso tempo (coisas que não desaparecem da ressonância, ao ver o clipe).

O fato é que Lau e Rafael falam sobre a cidade e seus dentes maléficos fincados em nossas almas. As construções sociais nos fazem conectar a letra ao fato de vivenciarmos, dia após dia, as injustiças que nos cercam.


As imagens são caseiras, mas não deixam de terem sido extremamente pensadas e, arrisco dizer, propositalmente bem colocadas ao longo do clipe. A melodia da canção é rosa, do tom das escadas do início do clipe, e de algumas flores que se entrelaçam na construção visual. Em meu sentir, o violão que marca o tempo é da mesma cor do figurino dos musicistas, nos tons que variam de azul a roxo, o que faz a coisa inteira participar no bailar imagético que os artistas constroem.



Capa do Single "Eu sei, Adeus"


Tanto Lau quanto Rafael são artistas que propagam a força do trabalho independente. Lau participa da constante construção da Fauhaus, casa de cultura independente situada na Vila Romana, em São Paulo. A casa preza por shows ao vivo e apoia sempre o trabalho autoral.


Lau e Rafael estão em São Paulo, mas são artistas que transitam por aqui, e como sabemos é sempre muito difícil manter qualquer qualidade de vida se fossemos depender apenas do apoio e reverberação entusiastas daqueles que apoiam a arte (ou do governo). Por acompanhar mais a trajetória de Lau, sei das recentes dificuldades advindas da pandemia, da pausa dos trabalhos independentes da Fauhaus, do corte do auxílio emergencial e dos difíceis incentivos de editais, por isso, reforço: acompanhem e apoiem o trabalho de Lau e Eu, Rafael Castro - o contato para apoio via pré-PIX você encontra ao final do texto.


Apoie sempre o trabalho e caminhada de artistas independentes que pensam nosso tempo com delicadeza, apesar das feiuras e tristezas estruturais de nosso mundo contemporâneo.

Caso queira saber mais do trabalho deles, leia aqui o texto sobre o último EP de Lau e Eu, "O Futuro Está Distante", lançado dia 26 de setembro de 2020.

E ouça os trabalhos nas redes sociais de Lau e Eu e Rafael Castro.



RELEASE OFICIAL


"Eu sei, Adeus" é o nome do single de Lau e Eu e Rafael Castro. A canção do momento frágil, daquele momento simples e mortal foi composta e produzida pela dupla em um daqueles finais de noite amargos. Lançada pelo selo Matraca Records em 12 de fevereiro em todas as plataformas digitais, o single vem acompanhado por um videoclipe disponibilizado no canal do Youtube de Rafael Castro.


Nessa nossa fabulosa época de curtidas e seguidores tá todo mundo ficando mais bonito, né? Todo dia, toda hora, em qualquer lugar. A estética é deliciosa. A satisfação é perene.


Os mais ansiosos podem ter acesso a faixa via "pré-PIX", ação onde os fãs dos artistas transferem uma quantia simbólica via PIX e recebem a faixa com antecedência.


Eu sei Adeus por Rafael Castro:

"Incômodo é perceber que o mundo sem filtros continua ali, na espreita; uma fera que mesmo enjaulada está sempre pronta pra te devorar em uma só mordida.

Um encontro, um jantar, um vinho, um desejo, um “tchau”, uma derrota. É difícil demais sustentar o avatar."


Não quer segurar a ansiedade?


Deposite quando puder no PIX: laueeu@gmail.com e entre em contato via DM @laueeu para ter acesso ao som.


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