Retrato falado
- Bruno Pernambuco
- 10 de jul. de 2020
- 1 min de leitura
\\ POEMÁRIO
Por Bruno Pernambuco

I
Como pode esse sentimento
tão simultâneo
àquele amor que eu sinto?
Esse abade do laço,
nó que eu desfaço,
verdade que eu minto.
Esse inverso do certo,
acerto do verso,
memória que esqueço
A lembrança do abraço,
um ano que eu faço,
início do avesso.
II
Perdi um pensamento
na boca da primavera que aguardo.
Espero um tempo que espere
meu segredo nenhum está guardado.
III
Última nota não tenho de uma emoção
que nasce no silêncio até morrer
em paz de folha seca
que dança no tropeço de amar.
Me falta a última palavra de um poema que acontece
no espaço entre o sal dos olhos
e o instante do mar.
IV
Primeira lembrança
o açoite da andança,
capela na noite.
Rumo de se perder.
A estrada que leva a nada,
meu caminho em você.
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