\\ POEMÁRIO
Por Joanne Oliveira, colaboração para Frentes Versos
A OUTRA
Guarde-me
Num canto pequeno
Apertado
No coração
Coloca-me
No rol das memórias
Junto das meninas
Abraça-me
Vez e quando
No sonho
Ama-me
Vez e sempre
Em qualquer lugar.
ELA
Eu ainda não sei quem transitou por quem
Mas isso tanto faz
Visto as marcas do atravessamento
Só me resta repousar
Mas pelo que posso me lembrar
Ela tinha uma coisa que me fez pensar
tem que ser e será.
O SERTÃO NA GENTE
Em tudo há um tempo pra ser , crescer e viver
As mazelas do agora não são tudo que temos
A gente do sertão conhece o pinhão
que cura as feridas de fora
O cair da tarde no céu da caatinga trata de curar as de dentro
Não somos tão fortes
Mas aprendemos a ser
A estiagem é da água e não da luta pra viver
O clamor pela chuva não é só pra plantar
É pra plantar e pra colher
A esperança não é só no verde que surge ligeiro na flora da caatinga depois da chuva
É saber que nossa qualidade natural é passar pela estiagem
E que cada retorno
Se faz mais belo que o outro.
HABITAT
Ela disse : “- espero que sua espécie
sinta-se confortável em minhas terras”
Eu bicho solto
Ave aventureira
Humana corda bamba
Pé com assas
Carteiro viajante
Nunca me senti tão em casa
Nunca caminhei por um solo tão sólido
capaz até de suportar minha solidão.
Nunca vi terra tão fértil
capaz até de florir meu coração
Nunca fiz de nada meu lar
Mas com ela eu posso descansar.
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