\\ LIVROS
Em março a seleção contempla a escritora italiana Elsa Morante, Hilda Machado, com seu livro de poemas Nuvens [Jabuti] e antologia de fotógrafo português
Frente & Versos
FRENTE
A Ilha de Arturo - Elsa Morante
A ilha de Arturo se passa às vésperas da Segunda Guerra Mundial em Procida, ilha na região de Nápoles. Arturo, um garoto de 14 anos, vive uma vida de liberdade e imaginação, sem escola, mas plena de livros e natureza selvagem. Órfão de mãe, a solidão o acompanha desde o nascimento enquanto o pai, Wilhelm Gerace, que ele idolatra acima de todas as coisas, passa grande parte do tempo em viagens misteriosas que alimentam os devaneios de Arturo. Os dois vivem no palácio decaído de um amigo de Gerace que acumulou dinheiro e detestava todas as mulheres. Pai e filho desprezam a retraída população da ilha – onde as mulheres se cobrem inteiramente de preto – e admiram apenas os ocupantes de uma prisão instalada numa elevação de Prócida.
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TÍTULO: A ILHA DE ARTURO
AUTOR: ELSA MORANTE (TRAD. ROBERTA BARNI)
EDITORA: CARAMBAIA
ANO: 2019
Nuves - Hilda Machado
"Discreta voyeuse/ o sofá combinando com o tom das exegeses/ a polidez dos móveis, avencas, decassílabos, filmes russos/ perífrases sobre paninhos de crochê/ e em vez de carne poemas no congelador". Em vida, Hilda Machado publicou apenas dois poemas. Deixou, porém, além de manuscritos esparsos, este Nuvens, que ela mesma organizou e chegou a registrar na Biblioteca Nacional, claro sinal de que considerava publicá-lo um dia. É o que agora se realiza, graças à colaboração de Angela Machado, irmã da autora, e ao empenho do poeta Ricardo Domeneck, que assina o texto de apresentação do volume.
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TÍTULO: Nuves
AUTOR: Hilda Machado
EDITORA: Editora 34
ANO: 2018
[Seleção fotográfica] O TEMPO DAS MULHERES - Alfredo Cunha
O Tempo das Mulheres reúne fotografias tiradas por Alfredo Cunha ao longo de 50 anos, entre 1970 e 2019, em mais de 20 países. Para acompanhar esta homenagem às mulheres, o autor convidou a jornalista e histórica feminista portuguesa Maria Antónia Palla, que escreveu textos inéditos, contribuindo para esta reflexão no feminino, desde a evolução histórica dos direitos das mulheres à desigualdade de gênero nos diferentes contextos econômicos, políticos e sociais.
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TÍTULO: O TEMPO DAS MULHERES
AUTOR: Alfredo Cunha
EDITORA: Tinta da China
ANO: 2019
VERSOS
VIDEOGAME, A EVOLUÇÃO DA ARTE
Os videogames passaram da era das cavernas ao pós-moderno em meio século, das moedas para acionar máquinas de Pong em bares à realidade aumentada de Pokémon Go nos smartphones. Com ênfase em um jogo marcante em cada capítulo, passando por títulos como Super Mario Bros., Counter-Strike, Minecraft, League of Legends, entre outros, este livro revela a evolução da narrativa de uma expressão artística que conta com a interatividade como sua pedra angular.
João Varella
240 páginas
VAMOS COMPRAR UM POETA
Numa sociedade dominada pelo materialismo, as famílias têm artistas em vez de animais de estimação. É nesse cenário, onde cada espaço tem um patrocinador, cada passo é medido com exatidão, e até a troca dos afetos é contabilizada, que uma menina pede ao pai um poeta. Com humor e leveza, Afonso Cruz conduz uma narrativa para fazer pensar sobre o utilitarismo e o papel da arte em um mundo onde tudo precisa ser mensurado.
Afonso Cruz
96 páginas
ESCRITOS CORSÁRIOS
Último livro organizado pelo autor em vida, Escritos corsários é uma das principais obras de Pier Paolo Pasolini (1922-1975), poeta, cineasta, romancista, ensaísta e dramaturgo italiano que encarnou como poucos o papel do intelectual engajado, capaz de pensar a esfera da arte e da cultura, mas também da economia, da política, do comportamento.
Com veia polemista, nesses artigos publicados na imprensa italiana entre 1973 e 1975, Pasolini aborda, entre outros temas, as rebeliões da juventude que se seguiram aos movimentos estudantis de 1968, a decadência da Igreja Católica, a ascensão das corporações multinacionais, as relações entre governo e máfia na Itália e, especialmente, aquilo que ele chama de Novo Poder — ou novo fascismo —, isto é: o advento de uma sociedade de consumo global, que promove um verdadeiro extermínio das formas de vida tradicionais.
Pier Paolo Pasolini
Tradução de Maria Betânia Amoroso
Editora 34
DEZ DROGAS
O uso de fármacos é um dos pilares da medicina. As drogas são produtos importantes não só pelos fins terapêuticos, mas também simbólicos — basta pensarmos no surgimento da pílula ou dos remédios para disfunção erétil — e, evidentemente, econômicos. Por trás do surgimento de cada remédio há uma história e também uma combinação de fatores: novas tecnologias, mudanças geopolíticas, questões culturais, sorte. O premiado autor coloca em perspectiva séculos de avanços científicos, ao mesmo tempo que conta uma história recheada de curiosidades sobre as substâncias que são parte de nossa vida.
Thomas Hager
Tradução Antônio Xerxenesky
Todavia
DEMOCRACIA – UM ROMANCE AMERICANO
Trata-se, de fato, de uma história ficcional em torno de uma forma de governo – aquela que, na famosa frase de Churchill, é a pior, exceto todas as demais. O romance, única incursão de Adams no campo ficcional, foi publicado em 1880, sem atribuição de autor. Mesmo assim, foi um sucesso de vendas, gerando especulações sobre quem o havia escrito. O mistério só foi revelado pelo editor do romance quando o autor morreu, 38 anos depois da publicação.
Henry Adams
Tradução de Bruno Gambarotto
Carambaia
A ARTE DE VOAR
Ambientada no período da Guerra Civil Espanhola, a HQ A arte de voar, de Altarriba e Kim, funde aventura, drama e humor, traçando um panorama vivo da Europa no turbulento século XX. O fio condutor é a trajetória de Antonio Altarriba Lope, pai de um dos autores do livro, um jovem camponês que assiste à ascensão do fascismo do general Franco.
Antonio Altarriba e Kim
Tradução de José Feres Sabino
Veneta
Totônio Pacheco
Totônio Pacheco recebeu o Prêmio Machado de Assis, criado pela Companhia Editora Nacional no ano anterior, dividido com três outros ganhadores: Dyonelio Machado com Os Ratos, Erico Verissimo com Música ao Longe e Marques Rebelo com o livro Marafa. O romance é ambientado na cidade de Belo Horizonte, caracterizada como cidade artificial, criada pelas mancheias do dinheiro público, na qual os moradores, vindos do interior em grande parte e mantendo seus hábitos provincianos, precisam se adaptar.
João Alphonsus
EdUSP
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