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Foto do escritorMatheus Lopes Quirino

Pai de Mafalda, cartunista Quino morre na Argentina, aos 88

\\ LIVROS


Desenhista vinha colecionando homenagens nos últimos anos


Matheus Lopes Quirino


Com Mafalda, o criador e a criatura (IMAGEM/ REPRODUÇÃO).

Uma garotinha espevitada e faladeira não cansa de cutucar os adultos, amiguinhos, seres inventados. Ela é inteligente demais para sua idade, leva consigo, além do vestidinho vermelho e do laço de mesma cor que adornam seu visual único, uma série de contestações, provocações e reflexões que são filosofia pura. Com tirinhas ágeis, de linguagem leve, a personagem Mafalda ganhou o mundo, principalmente para público infantil. Criada pelo argentino Quino, morto hoje em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral, a menina chora em um banco vazio em San Telmo, Buenos Aires.


Nascido em Mendoza em 17 de julho de 1932, cidade que morava desde 2017, depois de deixar a capital Buenos Aires após o falecimento da mulher, Joaquín Salvador Lavado Tejón passou seus últimos dias perto de familiares e amigos de longa-data. Na juventude, começou a faculdade de Belas Artes, mas precisou largar o curso para trabalhar, depois foi convocado para o serviço militar obrigatório. Dispensado das funções de recruta, ele seguiu desenhando, mesmo no quartel, e vendeu seu primeiro desenho para uma confecção de seda, o que abriria caminho para o campo publicitário, que pagava suas contas no início da carreira.


Homenagem a Quino, pela cartunista de frentes versos Ligia Zilbersztejn


Na revista Isto É, desde a Argentina, publicou seus primeiros quadrinhos e colaborou com dezenas de publicações. Em 1964 nasce a personagem Mafalda, no semanário La Plana, a partir daí, no ano seguinte, ela é publicada em El Mundo. Em 1966 sai a antologia da personagem que lota as livrarias centrais de Buenos Aires, tendo a primeira edição da coletânea esgotada em dois dias.


Tendo feito humor em jornais por mais de seis décadas, Quino promoveu a tira argentina a nível internacional, publicando Mafalda em todos os continentes do globo. No Brasil, as tiras do argentino marcaram gerações. Educativas, Mafalda e Manolito apareciam até em provas de vestibular, além de produtos comerciais como camisetas, canecas, mochilas, etc.


Desde os anos 1950, o artista foi casado com a química italiana Alicia Colombo, com quem viveu até os últimos anos desta. Quino começou a rabiscar aos três anos de idade, e saia falando pelos cotovelos. Recusado pelos roteiristas de humor, projetou em Mafalda uma espécie de alter ego nos quadrinhos. Sua obra permanece imortal, nas tirinhas em papel, infestando a internet, e nos demais monumentos erguidos em sua memória.

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