\\ POEMÁRIO
Naquela Hora
Quando as vozes são baixas
A noite não tem linguagem para nada dizer.
A primavera não tem segredo que esperar.
O café, a colcha, os horários
chegaram na hora errada.
Começo sem término.
A musa fecha a sua caixa
- é o mundo, e os perigos estão trancados lá fora.
A mudeza é um espartilho que se veste e desveste
só os gatos e os indigentes da noite não conhecem a sua elegância.
Só quem vive nessa hora são as estrelas,
contradições,
lágrimas de nenhuma morte.
No fundo no armário
ainda estão os retratos da família.
Sem amor e sem loucuras de amor
e com sorrisos que cheiram alho.
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