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“Echo In The Canyon” retrata com elegância a efervescência musical de Laurel Canyon nos anos 1960

  • Foto do escritor: Frentes Versos
    Frentes Versos
  • 3 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de abr. de 2020

\\ ARTE


Regado a confortantes harmonias e letras fundamentais, o documentário rememora período de ouro da música americana


Por Gabriel Solti Zorzetto



Imagem/reprodução


A invasão do rock britânica pode ser a mais conhecida do período, porém os anos 1960 também tiveram outro movimento igualmente importante para o cenário da música popular, que veio da ensolarada Califórnia, nas curvas arborizadas de Laurel Canyon, em Los Angeles. Lá, um grupo singular de músicos de todo o mundo — atraídos por uma combinação de montanhas de isolamento e proximidade com os estúdios de gravação de Hollywood — promoveram um estilo de colaboração, liberdade e inspiração poética. O momento mítico de criatividade — embebida nas letras da poesia folk e nos acordes do rock n’roll — foi exemplificado por bandas como The Byrds, The Mamas & the Papas, Buffalo Springfield e até mesmo os Beach Boys, os quatro grupos guiam o documentário Echo in the Canyon, lançado em maio nos Estados Unidos e ainda sem previsão de estreia no Brasil.                                                    

Dirigido pelo veterano da indústria da música Andrew Slater, o projeto é na verdade estrelado e produzido por Jakob Dylan (filho de Bob Dylan), que utiliza o documentário para se conectar com as músicas, personalidades e histórias daquela época, culminando num belo concerto-tributo realizado no Orpheum Theatre, no centro de LA, com participações de Beck, Regina Spektor, Fiona Apple, Cat Power e Jade Castrinos. Contudo, por mais que estejam carregados de boas intenções, os momentos de interação entre Dylan — sempre sério e reservado, como pai —, Spektor, Beck e Cat Power sentados em um sofá debatendo legado do Laurel Canyon e suas influências são absolutamente descartáveis.        

Na verdade, são as anedotas e participações especiais que melhor vendem a nostalgia deste agradável filme: seja nas divergências entre Roger McGuinn e David Crosby no The Byrds; nos amores de Michelle Phillips no The Mamas & the Papas; nas loucuras de Stephen Stills à época do Buffalo Springfield; na influência dos Beatles através da presença de Ringo Starr; na genial presença de Brian Wilson em seu estúdio, ou nas raras aparições de Eric Clapton e Tom Petty (morto em 2017), que engrandecem ainda mais a narrativa.

Escolher apenas treze músicas de um catálogo tão vasto não foi uma tarefa fácil, mas Dylan o fez com maestria. A seleção das faixas para a excelente trilha-sonora do filme, já disponível nas plataformas de streaming, soa muito bem nas vozes femininas de Jade Castrinos e Fionna Apple, particularmente. E os arranjos construídos por Dylan e sua banda preservam a essência das canções, acrescentando ainda um frescor a estas encantadoras versões. Extremamente doce e sutil, Echo in the Canyon pode servir de forma complementar ao novo longa de Quentin Tarantino “Once Upon A Time In Hollywood”, ou a “Easy Rider”, clássico Cult de Dennis Hopper e do recém-finado Peter Fonda, que completa cinquenta anos de seu lançamento em 2019. Uma experiência essencial.

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