[FLIP 2019] Comércio paralelo de livros cativa frequentadores da Flip
- Matheus Lopes Quirino
- 13 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de abr. de 2020
\\ ESPECIAIS
Por Matheus Lopes Quirino, enviado à Paraty

Quem anda pela marina de Paraty, do outro lado do canal que corta o centro histórico, depara-se com uma não, várias multidões. Dividindo-se em grupos muito bem representados – O núcleo do PT com suas barracas e bandeiras vermelhas; a rapaziada da UNE; os ativistas ecológicos; as editoras independentes em suas tendas, kombis, trailers e até um ônibus escolar antigo, os clássicos amarelos americanos.
Nessa pajelança flipense, autores circulam livremente pelos espaços abertos, não só em um sentido da palavra. Florescem ali, na hora, parcerias inusitadas. Haicais são encorporados em livretes de poesia e obras nada pretensiosas, impressas até mesmo em papel cartão, O trabalho artesanal desses poetas de rua, bar, confraria, ganha espaço nessas locações literárias — que de manhã ganham forma e são desmontadas à noite.
“Finalmente eu encontrei vocês, fui de Curitiba para São Paulo na terça-feira e aproveitei para conhecer a livraria, mas estava fechada por conta do feriado, mas eu trouxe livros para trocar”, contou a flipeira Tereza a este repórter, ambos debaixo da tenda improvisada pela Livraria Simples. A Tereza acompanha a livraria pelo Instagram e observa “Acho o espaço o máximo, até o meu gato é parecido com o seu”.
A turma da Livraria Simples veio de São Paulo de fusca amarelo – veiculo “oficial”, característica da livraria de bairro. O espaço que reúne Sebo e livraria fica localizado na Rua Rocha, na Bela Vista. Aos sábados ocorre uma troca de livros, que veio à FLIP. “Foi uma puxada e tanto, fui conhecendo o caminho aos poucos, conhecendo até o fusca”, contou a Aline, que é uma das responsáveis pela livraria.
Perto da ponte principal, as bancas de livros proliferam. Há trocas, vendas, furtos, de tudo um pouco. Mas a leitura, como missão, é propagada, de uma maneira ou outra. “Eu estou aqui desde a primeira FLIP, todos os anos, só mudei de lugar (que antes ficava perto da igreja central) pois foi de comum acordo que seria melhor, aqui tem mais espaço”, contou o organizador da tradicional Kombi literária de Paraty.
A simpatia dos responsáveis pelas livrarias alternativa é o fator cativante. Eles sabem o que vendem, têm vontade de conhecer quem lá vai. Nome, endereço, número, “série”, preferência política, mesmo sendo unânime, na Flip, as atividades são inúmeras e se arramalham conforme o papo segue, sobre livros ou não, mas ao redor deles.
Komen